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sábado, 19 de setembro de 2009

Educação no Trânsito: uma questão de valor

Educação no Trânsito: uma questão de valor
Coordenadora de Educação para o Trânsito do DETRAN 18/09/2009 15:06
Um dos maiores problemas que atinge as cidades atualmente está relacionado ao trânsito, incidindo diretamente na diminuição da qualidade de vida das pessoas. Nesse contexto, fala-se muito em “educação para o trânsito”, como se existisse uma educação específica para o trânsito, para o meio ambiente, para a diversidade social, para a orientação sexual.
Na verdade, o que existe é uma educação para a vida, capaz de garantir o desenvolvimento integral do ser humano, em seus aspectos cognitivo, afetivo e emocional, o que requer o desenvolvimento de habilidades e competências, de valores e princípios que o ajudem a ser e a conviver.
O ser humano é o reflexo de suas atitudes, em todos os contextos da vida social. Entretanto, no trânsito, em função do número crescente de veículos num espaço público cujas vias já estão saturadas, a falta de educação tem contribuído para o surgimento de inúmeros conflitos que acirram a competição pelo espaço e se materializam nos acidentes de trânsito.
Dessa forma, vê-se instaurado um grave quadro de violência social responsável por uma quantidade cada vez maior de mortes. Estatísticas apontam os acidentes de trânsito como uma das principais causas de mortalidade no Brasil, transformando o trânsito em uma questão de saúde pública e de segurança pública.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece o trânsito seguro como direito de todos e como dever do Estado. A garantia desse direito passa, necessariamente, pelo investimento em três áreas: educação, engenharia e fiscalização, esta última entendida como o esforço legal para garantir a coibição de excessos e a punição de infratores/criminosos. Isso significa que devemos, sim, investir cada vez mais na educação, voltada para a formação da cidadania.
Porém, o poder público constituído não pode se furtar das demais responsabilidades que lhe são atribuídas para que tenha condições efetivas de manter a ordem social, garantindo a toda a população o direito ao trânsito seguro, o direito à vida.
Disso decorre que não pode deixar de investir em engenharia de tráfego e em fiscalização de trânsito. Caso contrário, teria a educação a capacidade de, isoladamente, instaurar a paz e a civilidade no trânsito? É oportuno resgatar o pensamento de Paulo Freire: “a educação sozinha não faz, mas também sem ela não é feita a cidadania”.
Além da atuação do poder público, a promoção de uma cultura de paz no trânsito requer a participação ativa da sociedade. Com o objetivo de incentivar essa participação, o tema da Semana Nacional de Trânsito deste ano focaliza os valores ligados à cidadania, concebidos como requisito primordial para o compartilhamento do espaço público, no qual os indivíduos sejam capazes de conviver uns com os outros.
Nesse sentido, valores como respeito, gentileza, cooperação, colaboração, tolerância, solidariedade devem fundamentar as práticas educativas, inclusive aquelas que se desenvolvem no seio familiar e na interação cotidiana dos indivíduos. Nesse processo, o exemplo é o melhor aprendizado.
Nossas atitudes no trânsito além de produzirem ação imediata servem de exemplo para que outras pessoas adotem comportamento similar, num movimento de ampliação de área de abrangência. Nesse sentido, cada um de nós assume um papel relevante no processo de construção de uma cultura de paz no trânsito, capaz de preservar e valorizar a vida.
Você já parou para pensar em suas atitudes no trânsito? Você invade a faixa de pedestres com o veículo, avança o sinal vermelho, trafega com a motocicleta pelos espaços vazios entre os carros, estaciona o carro em fila dupla, usa o telefone celular ao volante, ingere bebida alcoólica antes de dirigir ou mesmo dirigindo? Você já pensou que pode estar contribuindo para o aumento da violência no trânsito? Trânsito é atitude. Antes que seja tarde demais, mude o seu comportamento.
Além de exercer a sua cidadania você será pode vir a ser o exemplo para alguém e, dessa forma, poderá influenciar e incentivar novos comportamentos.
Renata Neves T. de Barros Freitas é Pedagoga, Mestre em Educação, Especialista em Gestão de Educação no Trânsito e Coord. Geral de Educação para o Trânsito do DETRAN-MT
e-mail: coord.educ@detran.mt.gov.br

12 comentários:

ONG ALERTA disse...

Basta saber o que o código diz;
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece o trânsito seguro como direito de todos e como dever do Estado. A garantia desse direito passa, necessariamente, pelo investimento em três áreas: educação, engenharia e fiscalização, esta última entendida como o esforço legal para garantir a coibição de excessos e a punição de infratores/criminosos. Isso significa que devemos, sim, investir cada vez mais na educação, voltada para a formação da cidadania.

Fernanda Guerra disse...

Engenheiros responsáveis é fundamental!

EDUARDO POISL disse...

Acho que falta profissionais no transito, muitas vezes.
Abraços

Laély disse...

Oi, Lisette!
Tento dar conta de "conhecer" cada visita e acompanhante do blog.
Como de costume vim aqui e, ao dar uma olhada na sua página, senti um frio na espinha, ao entender superficialmente o que se passou com você.
Fui lá, no seu perfil, e confirmei minha suspeita. Realmente, você é uma heroína em viver cada dia por vez, procurando superar essa dor indizível com ações positivas.
Um abraço pra você, de mãe para mãe e, espero que encontre no blog, meu e seu, motivos novos para sorrir com o sorriso da sua bela filha, cada dia.

Ricardo Conceição disse...

valores dado na família no dia a dia, como e exmplo dos pais.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Você faz comentários e postagens de grande valor educacional. Torço por você. Beijos.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Amiga. Não queria dizer, mas decidi falar. Você, como eu, perdeu uma filha. A sua linda menina voltou à Pátria Espiritual, tão nova, por acidente de carro. A minha Marcela foi-se há 3 anos atrás aos 22 anos e 10 meses e eu ainda, e acho que nunca vou saber a razão. Ela dormiu e não acordou mais. Eu acho que foi devido a remédios para emagrecer, mas os laudos do IML não acusaram nada. Simplesmente disseram que a causa da morte foi hipoxemia por causa desconhecida. Você está fazendo um lindo trabalho, alertando sobre o perigo no trânsito, dando alertas e educação. Eu, por outro lado, fiz o blog, para ajudar pessoas que passaram ou estão passando pela mesma dor que eu, dando incentivo para a vida e mostrando que, com fé, com ajuda de Deus e acreditando que a morte não exite, que é apenas uma transformação, podemos continuar nossa jornada, não com a mesma alegria de antes, mas do jeito que nos é possível caminhar. Seja forte e continue seu belo trabalho. Sou solidária a você, amiga. Nós duas sabemos muito bem o que é perder uma filha. Beijos.

OLHAR CIDADÃO disse...

BOM DOMINGO

O 007BONDeblog está hoje com uma matéria sobre os outros blogs parceiros.

Estou visitando e apresentando o tema postado em cada blog, com um convite a que venham fazer uma visita.

Um fraterno abraço

Tetê disse...

Muito bacana esse seu trabalho. Você transformou sua dor em ação. Precisa ser muito forte! Deus te abençoe! Infelizmente o trânsito ainda leva muitas vidas e a maioria vidas na tenra idade! Sua filha deve estar feliz vendo esse seu trabalho! Obrigada por sua visita! Um beijo no seu coração Tetê

Mariana disse...

"O ser humano é o reflexo de suas atitudes"..
e as atitudes no trânsito podem ser fatais,basta estar acompanhadas de imprudências e muitos outros fatores.
Trânsito deveria ser usado para facilitar o ser humano e não para tirar suas vidas ou dos outros.

Tereza Ferraz disse...

E cá estou novamente a comentar teu vaioloso trabalho.
E segues, segues no eterno elo coração: sempre

Anônimo disse...

Todos fazem parte do trânsito é só andar na rua já é trânsito.