Translate

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Em São Paulo, 88% dos acidentes de moto acontecem por imprudência!

Em 2014, 83 mil pessoas foram internadas no país devido a acidentes com moto. Em 6 anos, as internações aumentaram quase 150% na rede pública.


No começo da semana, o Jornal Nacional apresentou o resultado de uma pesquisa sobre o perfil dos motociclistas que se envolvem em acidentes no país.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, quase 90% são homens. A maior parte, jovens que usam a moto para trabalhar.
O motociclista mostrado no vídeo invade a faixa contrária e trafega pela contramão por um quarteirão. Depois volta para a faixa dele. Em seguida, o motociclista entra na contramão mais uma vez, só para não ficar atrás dos carros na fila do semáforo.
Outro também se arrisca e passa perto de uma moto. Na disputa por espaço no trânsito de São Paulo, muitos motociclistas acabam sendo imprudentes. Andar acima da velocidade permitida é uma das infrações mais comuns.
“Esse mês paguei 800 reais de multa. Geralmente mais comum é velocidade”, conta o motoboy Diogo Correia da Silva.
E esses excessos assustam até quem usa a moto todos os dias.
“Tem lugar que você anda a 60 por hora e o cara está a 120. Ele está no máximo. Ele passa por mim que fico até com medo. Quase me atropela”, diz o motoboy Wilson Damião.
Os flagrantes não são restritos aos grandes centros. Em Caxias, no interior do Maranhão, capacete aprece ser um acessório raro. O motociclista mostrado no vídeo passou dos limites.
Tanta imprudência tem uma consequência grave: em 2014, 83 mil pessoas foram internadas em todo o país por causa de acidentes com moto. Em 2008, o número foi bem menor. Em seis anos, as internações aumentaram quase 150% na rede pública – acidentes que poderiam ser evitados se quem anda de moto tivesse mais cuidado.
Uma pesquisa do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas mostrou que 88% dos acidentes com motos em São Paulo acontecem por imprudência: 70% dos motociclistas atendidos no pronto socorro acabam internados.
E esses acidentes custam caro, bem caro. Em 2014, só o governo federal gastou R$ 111 milhões com os motoqueiros acidentados. Bem mais do que em 2008.
“Isso implica num longo período de internação, necessidade muitas vezes de várias cirurgias, necessidades de utilização de materiais de implante. Isso tudo, no final, representa um alto custo desses pacientes”, afirmou o ortopedista do Hospital das Clínicas de São Paulo Marcelo Rosa.
O Emerson sofreu um acidente em dezembro de 2014, quando estava saindo da casa de um amigo. Era noite e ele estava correndo. Passou por uma cirurgia e colocou 14 pinos na perna direita. Está fazendo fisioterapia há nove meses e parou de trabalhar.
“Se eu não estivesse correndo e não tivesse olhado pro lado, tivesse prestado atenção, eu acho que eu não tinha batido em nada. Eu tinha chegado em casa inteiro”, lamenta o manobrista Emerson Cruz de Sousa.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

ATENÇÃO COM O VIVA -VOZ!





Cérebro foi monitorado durante a pesquisa sobre condução distraída

Viva-voz nos carros é mais perigoso do que falar ao celular, diz estudo.


Estudo realizado nos Estados Unidos pela Universidade de Utah, encomendado pela American Automobile Association (AAA), aponta que sistemas de interatividade para carros conhecidos como “hands free” ou “mãos livres” são mais perigosos do que simplesmente falar ao celular enquanto dirige. Estes recursos consistem em botões mais acessíveis e comandos em viva-voz para telefonar e mandar mensagens de dentro do carro, entre outras atividades. O resultado da pesquisa foi divulgado nesta quarta-feira (12/10).

Os sistemas são muito utilizados pelas montadoras para atrair o público mais jovem, imerso no mundo de redes sociais e aplicativos de smartphones. De acordo com as fabricantes, os dispositivos “hands free” são mais seguros, porque os motoristas conseguem manter as mãos no volante e os olhos na estrada.No entanto, a pesquisa da associação automotiva americana mostra que a concentração para comandar o sistema por voz exige muito mais a atenção do motorista. Tal distração é definida pelos pesquisadores como “visão de túnel" ou "cegueira de desatenção". Isso porque a primeira reação dos condutores é se esquecer de olhar pelos espelhos retrovisores e prestar atenção aos detalhes do que vê na frente, seja a luz de freio de um carro ou pedestres.
"As pessoas não estão enxergando o que elas precisam ver para dirigir. Essa é a parte mais assustadora para mim", afirmou o presidente e CEO da fundação AAA, Robert L. Darbelnet, sobre o resultado da pesquisa.
Existem cerca de 9 milhões de carros e caminhões nos Estados Unidos em circulação com sistemas de informação e entretenimento. De acordo com a entidade, esse volume vai saltar para 62 milhões de veículos até 2018. A associação ressalta ainda que as pessoas se consideram seguras ao falar pelos sistemas de viva-voz, assim, mantêm o hábito.
"Nós acreditamos que há uma crise de segurança pública iminente", disse. "Esperamos que este estudo vá mudar alguns conceitos errados, amplamente defendidos pelos motoristas", alerta o representante da entidade.