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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Acidente de Trânsito no Brasil


No ano de 2007, dados assustadores da Polícia Rodoviária Federal revelaram que 85% dos condutores de veículos envolvidos em acidentes de trânsito eram do sexo masculino com tempo de habilitação entre 5 a 9 anos e que se encontravam dirigindo entre 00:15 a 01:00h, apresentando sintomas de embriaguês. Cerca de 25% das vítimas fatais apresentavam sinais de álcool no sangue. Os fatores que contribuíram para essa triste realidade são apontados como sendo os seguintes:
velocidade além da permitida;
distância curta entre os veículos;
não obediência à sinalização;
ultrapassagens mal realizadas;
sono;
uso de drogas e bebidas alcoólicas.
Quanto ao tipo de acidente de trânsito com maior ocorrência foi constatada a "colisão na traseira". 65% das ocorrências foram registradas com o "tempo bom" , 55% em plena luz do dia, 70% em pistas simples, 70% na reta. O mais triste e vergonhoso é que mais de 90% dos acidentes tiveram como causa principal a falha humana.
O número de acidentes causados pela imprudência dos motoristas, batendo na traseira do veículo que vai a frente é tão grande que a jurisprudência considera quem bate atrás como culpado. A mídia está repleta de depoimentos de motoristas causadores de acidentes que afirmam que os freios de seu veículo não funcionaram a tempo de evitá-lo.
Através desses dados, algumas providencias poderiam ser tomadas para se tentar diminuir esse quadro. Acreditamos que o caminho correto poderia ser através de uma melhor educação.
Nos países onde o índice de educação é elevado o número de acidentes de trânsito é reduzido.
Na América Latina, o Brasil é o campeão em acidentes de trânsito envolvendo caminhões o que só tende a se agravar com o crescimento econômico. A frota nacional de veículos em 2009 ultrapassou os 31 milhões e a malha rodoviária, onde predomina o tipo de pista simples, continua a mesma há décadas.
Os caminhões representam apenas cerca de 5% da frota mas, participam de 33% dos acidentes. Estão envolvidos em 8.500 mortes (2.500 motoristas) e 110 mil acidentes por ano com um custo de 7,7 bilhões ano (IPEA).
O aumento dos acidentes com caminhões está relacionado à frota velha (transportadores autônomos), falta de norma para controle de tempo de direção e descanso dos motoristas, excesso de peso nos veículos utilizados no transporte de cargas, falta de balanças nas rodovias e estradas sem condições de uso.
Em São Paulo, (2010) os acidentes com caminhões são cada vez mais comuns. Só no Estado são dois por dia. Entre as causas esta o grande tempo ao volante, a falta de sinalização e o excesso de velocidade. Acreditamos que uma boa dose de treinamento reduziria esse índice.
Os custos anuais com os acidentes de trânsito no Brasil de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, em 2007 ultrapassaram R$ 30 bilhões.
A morte de uma pessoa em acidente de trânsito custa em média R$ 291,00.
O trânsito brasileiro tem deixado por ano aproximadamente 50.000 mortos, 100 mil pessoas com deficiências temporárias ou permanentes e 500 mil feridos.
Não queira fazer parte desta estatística, seja prudente no trânsito.
Fonte: http://www.atividadesrodoviarias.pro.br





segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Acidente de trânsito, o grande mal que pode ser evitado.

No mundo segundo a OMS, os acidentes de trânsito são a maior causa de morte entre as pessoas de 10 a 24 anos. Pelo menos 1,2 milhões de pessoas perdem a vida todos os anos nas rodovias e estradas mundo afora.
Os países em desenvolvimento provocam 400 vezes mais mortes que o terrorismo. Matam quatro vezes mais que as guerras e os conflitos. Na Colômbia em 43 anos de guerra civil morreram 32 mil e em Cuba, Fidel Castro com o regime Castrista em 49 anos de poder mandou matar 17.000.
O número de acidentes de trânsito no Brasil é alarmante. Segundo as estatísticas, morre por ano vítima desse mal, mais pessoas do que os 40.000 americanos que morreram durante os dez anos de guerra no Vietnã. No Brasil morreram em um só ano (2009) 50.000 pessoas em acidentes. O que nos deixa em uma situação bastante triste, é o fato de que os acidentes ocorrem, em sua maioria, por falhas humanas, principalmente nos finais de semana prolongado e durante as férias escolares quando aumenta o número de motoristas inexperientes nas rodovias.
Rotina infeliz dos imprudentes que não sabem o que é comemorar datas festivas ou passear com a família.
Proporcionalmente à população, o trânsito, no Brasil, é 90% mais perigoso que nos Estados Unidos e cinco vezes mais perigoso que na Inglaterra ou no Japão. É prioridade e é possível reduzir os números de vítimas. Cada pessoa deve participar dessa redução adotando comportamentos diferentes dos que predominam atualmente.
Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes e violências representam importante problema de saúde pública, que atinge países do mundo inteiro. O Brasil, nas últimas décadas, foi, aos poucos, colocando-se entre os campeões mundiais de acidentes de trânsito.
Estudos feitos no País têm demonstrado que a violência no trânsito não se restringe aos grandes centros urbanos, sendo também identificada em cidades de médio porte como importantes causas de morbimortalidade. Apesar disso, ainda são poucos os estudos no que se refere à morbidade dos acidentes de trânsito.
Fonte: http://www.atividadesrodoviarias.pro.br





quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Imprudência é principal causa de acidentes em rodovias, diz estudo

Pesquisa levantou dados de acidentes em 533 trechos de estradas brasileiras.
Duas das 10 rodovias com maior número de acidentes ficam em São Paulo.

O comportamento imprudente do motorista é o principal causador de acidentes nas rodovias federais do Brasil. É o que aponta um estudo realizado pelo Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, com dados dos anos 2005 a 2009, e divulgado nesta quarta-feira (23) em São Paulo.
Segundo o professor Paulo Resende, coordenador da pesquisa, essa conclusão partiu do levantamento dos tipos de acidentes registrados nesse período em 533 trechos de estradas brasileiras, totalizando 25 mil km de vias. Os dados foram levantados junto à Polícia Rodoviária Federal e concessionárias.
Ocorrências como colisão, abalroamento (mudança de faixa com choque lateral) e saída de pista, que respondem respectivamente por 37,45%, 22,34% e 16,35% de todos os casos de acidentes em 2009, são considerados imprudência do motorista pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dos 10 trechos com maior número de acidentes, dois deles ficam em São Paulo: a Rodovia Castello Branco (SP 280) e a Rodovia Presidente Dutra (BR 116-SP). Para Resende, fatores como alta velocidade, excesso de confiança, manobras perigosas e falta de experiência ao volante são os grandes responsáveis por ocorrências com feridos e mortos em rodovias públicas e privadas no período analisado.

Qualidade das rodovias

A pesquisa aponta que, entre 2005 e 2009, o número total de acidentes com feridos diminuiu 10,4% nas rodovias privadas. Porém, nas rodovias públicas, esse índice subiu 12,08% no mesmo período. Em acidentes com mortes, entre 2005 e 2009, os índices permaneceram mais ou menos os mesmos: cerca de 6% nas ocorrências aconteceram em rodovias públicas e aproximadamente 3% em rodovias privadas.
Contudo, para Resende, não existe a possibilidade técnica de comprovar que uma determinada rodovia é mais perigosa que a outra.
"Os acidentes acontecem porque, em uma estrada com melhores condições de tráfego, o comportamento do motorista é de imprimir velocidade". "Já em uma estrada precária, de pista única, menos movimentada, o motorista acha que consegue fazer uma ultrapassagem arriscada por conhecer a rodovia", completa Resende.
Para o pesquisador, o comportamento do brasileiro precisa ser adequado nos dois casos. "O motorista precisa começar a conviver com estradas boas e ter responsabilidade nas estradas ruins".
Fonte: g1,
23/11/2011 18h56 - Atualizado em 23/11/2011 20h06

domingo, 20 de novembro de 2011

Mortes no trânsito têm alta de 25% em 9 anos, aponta ministério

Em 2002, 32 mil morreram no trânsito; em 2010, foram 40,6 mil mortes.

País vive 'epidemia de lesões e mortes no trânsito', disse ministro Padilha
 
Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Saúde, com base em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), mostra que o Brasil registrou no ano passado 40.610 vítimas fatais no trânsito, um aumento de quase 25% em relação ao registrado nove anos antes, em 2002, quando 32.753 morreram.
Entre as regiões do país, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).
“Os estados que conseguiram apertar a fiscalização e impedir que qualquer pessoa alcoolizada pudesse dirigir conseguiram reduzir os acidentes”, destacou o ministro Alexandre Padilha em entrevista ao G1.

Motocicletas
Do total de mortes no trânsito no ano passado, 25% delas foram ocasionadas por acidente de moto. Em nove anos, diz o ministério, a quantidade de mortes por motocicletas quase triplicou, alcançando 10.134 mortes no ano passado, ante os 3.744 mortes em 2002.
 “Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, afirmou Padilha.
Os resultados do índice de acidentes com motos são preocupantes, segundo o ministério. Em nove anos, houve crescimento de 214% no número de mortes no Sudeste, 165% no Nordeste e 158% no Centro-Oeste.
Sudeste é a região mais alarmante, respondendo por 14.214 vítimas fatais em 2010. Depois aparece o Nordeste com 11.233 mortes, seguido pelo Sul, respondendo por 7.548 mortes, e Centro-Oeste, responsável por 4.275 mortes. O Norte é a região mais pacífica no trânsito, com 3.340 vítimas fatais.

Lei Seca
O ministério revela ainda que em 2010 foram gastos R$190 milhões em procedimentos de atendimentos causados por acidente de trânsito nas cerca de 145 mil internações.
“O primeiro motivo das causas dos acidentes tem sido a alta velocidade. É fundamental termos mecanismos de combate à alta velocidade", disse Padilha.
O ministro ressaltou ainda a importância de uma fiscalização mais eficaz da Lei Seca. De acordo com o ministro Padilha, houve uma redução de até 30% nas regiões que tiveram uma ação mais eficaz na fiscalização..
Ele defendeu que a Lei Seca seja alterada para ampliar a punição a quem dirigir bêbado. "Eu defendo que a gente possa ter mudança na Lei Seca, aumentar punições a quem dirige alcoolizado. Tem projetos em andamento sobre isso. (...) A pessoa tem que provar que não está alcoolizada", afirmou Padilha.
O ministro também comemorou a decisão do Supremo, de que quem dirige bêbado comete crime mesmo sem provocar acidentes. “Como ministro da Saúde saúdo a decisão do STF. O ato de dirigir é uma concessão que o estado faz a uma pessoa, é uma concessão. Uma pessoa que assume essa concessão tem que saber que não pode dirigir alcoolizado", disse ao G1.


EVOLUÇÃO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO POR REGIÕES DO PAÍS DESDE 2002
  2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
BRASIL 32.753 33.139 35.105 35.994 36.367 37.407 38.273 37.594 40.610
NORTE 2.184 2.180 2.274 2.376 2.533 2.572 2.718 2.730 3.340
NORDESTE 7.611 7.325 7.830 8.517 8.632 9.136 9.282 9.612 11.233
SUDESTE 12.990 13.671 14.179 14.433 14.849 15.004 15.189 14.177 14.214
SUL 6.455 6.591 7.138 7.025 6.938 7.089 7.157 7.045 7.548
CENTRO-OESTE 3.513 3.372 3.684 3.643 3.415 3.606 3.927 4.030 4.275

MORTES NO TRÂNSITO POR ESTADO
UF   2009              2010 (*)

REGIÃO NORTE
Rondônia 506 610
Acre 116 130
Amazonas 375 474
Roraima 126 147
Pará 1044 1351
Amapá 109 121
Tocantins 454 507
REGIÃO NORDESTE
Maranhão 1181 1319
Piauí 803 957
Ceará 1544 1965
Rio Grande do Norte      501 588
Paraíba 789 845
Pernambuco 1762 1920
Alagoas 658 781
Sergipe 512 613
Bahia 1862 2245
REGIÃO SUDESTE
Minas Gerais 3821 3674
Espírito Santo 951 1081
Rio de Janeiro 2337 2299
São Paulo 7068 7160
REGIÃO SUL
Paraná 3116 3410
Santa Catarina 1863 1862
Rio Grande do Sul 2066 2276
REGIÃO CENTRO-OESTE
Mato Grosso do Sul 697 760
Mato Grosso 1069 1085
Goiás 1744          1882

Distrito Federal 520 548
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/11/mortes-no-transito-sobem-25-em-9-anos-em-2010-40-mil-morreram.html

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Polícia registra 43 mortes nas estradas de SP durante o feriado


Número é 3% maior que o do mesmo feriado em 2010.
Foram 1.368 acidentes e 737 feridos nas rodovias paulistas.
 
A Polícia Rodoviária Estadual registrou 43 mortes em decorrência de acidentes durante o feriado prolongado da Proclamação da República, comemorado nesta terça-feira (15). O número é 3% maior que o registrado no mesmo feriado em 2010.
No total, foram 1.368 acidentes – uma redução de 6% em relação ao ano passado. Já o número de feridos cresceu 4% - foram 737.
Em relação às mortes, apenas um acidente causou quase um quarto delas. Dez pessoas morreram depois que um ônibus com turistas de Brasília capotou na região de Pindamonhangaba, no interior do estado. Mais de 30 ficaram feridas.
“Algumas situações pontuais realmente comprometeram a segurança no trânsito. O policiamento fiscalizou mais de 30 mil veículos, estávamos presentes nas rodovias. Contudo, algumas circunstâncias ainda voltadas à conduta do próprio motorista comprometeram de certa forma o feriado”, afirmou a tenente Fabiana Pane, da polícia rodoviária.
Dez das vítimas morreram em decorrência de colisões frontais – acidentes diretamente ligados à imprudência na ultrapassagem. A polícia também registrou durante o feriado 164 casos de embriaguez ao volante.
Fonte: g1, 16/11/2011 07h37 - Atualizado em 16/11/2011 09h13

domingo, 13 de novembro de 2011

Brasil um dos campeões em mortes no trânsito

O Brasil é um dos campeões mundiais em mortes no trânsito. Mais de 40 mil pessoas perdem a vida por ano no país. A maioria dos acidentes é causada por falha humana e irresponsabilidade ao volante.
A sensação de impunidade é comum a quase todas as famílias de vítimas de acidentes desse tipo no país. Isso porque são raros os casos de condenação dos culpados. Só em Minas Gerais, de cada mil processos abertos até o fim do ano passado, apenas oito resultaram em punição.
Para um especialista em direito de trânsito, a legislação deve ser revista com urgência. A demora da Justiça em analisar os processos só contribui para que os culpados sejam beneficiados com a prescrição dos crimes. O advogado ainda critica o argumento do judiciário de que faltam juízes nas comarcas. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Programa "Pare na faixa" : Percepções e representações


As ruas e as vias públicas são espaços destinados à circulação, movimentação e deslocamentos de pessoas, veículos e animais. A ocupação desses espaços sempre se deu de modo desigual entre os seus usuários. Tradicionalmente, o trânsito é organizado em função dos automóveis. O pedestre, nesse aspecto, é sempre relegado a planos inferiores. As políticas públicas de trânsito raramente contemplam agentes mais vulneráveis como pedestres e ciclistas. O corre-corre diário das pessoas e veículos nas ruas das cidades é grande. O trânsito é violento e mata, principalmente, pedestre.
Dentre os programas de segurança no trânsito que contemplam pedestres, a quase 15 anos o Governo do Distrito Federal criou , dentro do programa “Paz no Trânsito”, o “Pare na Faixa” , uma iniciativa que estabelecia prioridade dos pedestres atravessarem as pistas em locais previamente determinados e sinalizados. A faixa de pedestre é representada por uma faixa branca contínua, que é a área de redução, na frente dela, uma área zebrada com linhas verticais, também na cor branca. A primeira linha indica o ponto em que o motorista deve parar. A área zebrada corresponde ao espaço destinado ao pedestre para efetuar a travessia.
O uso da faixa de pedestre requer algumas precauções por parte de pedestre: parar, olhar, observar se vem carro e fazer o “sinal da vida”, sinalizar com a mão a intenção de atravessar a pista. Respeitados os procedimentos iniciais, o pedestre está em condições de cruzar a faixa com segurança. Desde 1966, no Código Nacional de Trânsito previa o respeito à faixa de pedestre. Todavia, o dispositivo necessitava de regulamentação com relação à segurança dos pedestres ao atravessar as ruas e avenidas. Em janeiro de 1998, entrou em vigor o Código de Trânsito Brasileiro – CTB - que prevê a prioridade de circulação do pedestre para cruzar a faixa. O art. 70 diz: “Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste código” O art. 71 complementa: “ O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização”. O motorista que desrespeita o artigo 70 pode ser multado e a autoridade que não cumpre o artigo 71 pode ser responsabilizada. De acordo com a legislação, o pedestre que descumprir a norma e atravessar a pista fora da faixa também pode ser penalizado.
Para as autoridades de trânsito, a faixa de pedestre foi um importante avanço no trânsito do Distrito Federal. A Polícia Militar do Distrito Federal teve participação importante, inclusive o Comandante do Batalhão de Trânsito à época foi um dos responsáveis pela iniciativa de trazer a experiência da faixa de pedestre da Europa. O batalhão de trânsito ocupou-se efetivamente de, num primeiro momento, conscientizar os motoristas e depois, fiscalizar suas condutas nas faixas. Além disso, a Polícia Militar teve uma participação importante na realização de palestras nas escolas.
Os especialistas em segurança no trânsito consideram importante o “pare na faixa” no sentido de reduzir a violência no trânsito brasiliense. Todavia, o programa destacou-se pela participação direta da sociedade brasiliense em um programa de segurança no trânsito, cuja característica principal foi a relação positiva entre motoristas e pedestres. Uma interação dificilmente observada em outras regiões que não o Distrito Federal. O programa “Pare na Faixa” foi resultado da participação conjunta do poder público, da sociedade e da mídia na luta pela paz no trânsito.
Os motoristas têm uma percepção positiva da faixa de pedestre, porém, afirmam que em geral o pedestre se aproxima de uma vez da faixa e não fazem o “sinal da vida”, o que dificulta o entendimento entre as partes envolvidas nessa relação. Para alguns motoristas, os pedestres não deixam claras as intenções de usar a faixa. Apesar das dificuldades relatadas, os motoristas são conscientes do seu papel e respeitam o pedestre no seu espaço de travessia.
Os pedestres, inicialmente, viam com desconfiança e restrição o uso da faixa de pedestre. Atravessar na faixa era seguro, porém, requeria alguns cuidados, principalmente, em relação ao segundo veículos a chegar na faixa que nem sempre parava. A relação de confiança dos pedestres em relação aos motoristas foi um processo mais demorado, levando algum tempo para se consolidar. A segurança e a confiança vieram com o tempo. As campanhas educativas, a conscientização dos motoristas e pedestres, a normatização e a fiscalização foram preponderantes para o processo de interação.
Depois de 13 anos de faixa de pedestre, o Distrito Federal criou uma geração que não conhece outra realidade. Uma geração que sabe que na faixa branca o pedestre tem prioridade. Crianças declaram que aprendem nas escolas, com os professores que os carros respeitam quem atravessa na faixa. Pais confirmam que nas escolas as crianças aprendem o que é usar a faixa e respeitar o pedestre. È uma geração que não conhece outro modo de cruzar a pista. Segundo especialistas, a cobrança que as crianças fazem aos pais para respeitarem a faixa faz a diferença por um trânsito mais seguro. Essas crianças de hoje serão os motoristas de amanhã.
Dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal mostram que em 1995, ano da implantação do programa “Paz no Trânsito” o número de mortes por acidentes de trânsito chegou a 35 mortes/100 mil habitantes/ano (652). Em 1997, ano da implantação do “Pare na Faixa” esse número era de 26 mortes/100 mil habitantes/ano (465), considerado alto. O número de pedestres mortos no trânsito do Distrito Federal era de 11 mortes/100 mil habitantes/ano (191). Em 2009, o número de mortes no trânsito foi de 16 mortes/100 mil habitantes/ano (424). Ocorreu uma redução de 37% no número total de mortes entre 1997 e 2009. Com relação aos pedestres, em 2009, o número de mortes caiu para 4,5 mortes/100 mil habitantes/ano (112), uma redução de 60% no índice de mortes/ano.
Portanto, o programa “Pare na Faixa” poupa aproximadamente a vida de 100 pedestres anualmente. O programa “Paz no Trânsito”, o qual abriga o “Pare na Faixa” poupa 358 vidas anualmente das mortes no trânsito. São duas iniciativas do poder público que precisam replicadas por outras instâncias do Sistema Nacional de Trânsito. Todavia, não é o que se observa em âmbito nacional que, pela ausência de políticas públicas consistentes de redução de acidentes e mortes no trânsito, observamos esses índices crescerem ilimitadamente.
Escrito por *José Nivaldino Rodrigues  
* Economista. Mestre e Doutorando em Sociologia pela Universidade de Brasília. Especialista em Educação para o Trânsito pela Universidade de Brasília. Policial Rodoviário Federal

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Trânsito mata mais de 40 mil em 2010

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes no trânsito quase triplicou em nove anos .

Segundo aponta o SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) do Ministério da Saúde, os dados de 2010 revelam que 40.610 pessoas foram vítimas fatais do trânsito, sendo que 25% delas, por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes.
De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. Entre as regiões, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).

“Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, alerta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele observa que a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas. “Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia”, completa.
Nesta quinta-feira, dia 03, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, que o motorista que dirigir alcoolizado está cometendo crime, mesmo se não causar danos a outras pessoas. “Este é um grande avanço e certamente vai contribuir para a redução das tristes estatísticas no trânsito, principalmente em um momento que o país vive esta epidemia de lesões e mortes por acidentes", diz o ministro.

"A decisão do Supremo fortalece a posição do Ministério da Saúde em apoiar uma fiscalização mais rigorosa no trânsito”, reforça Padilha.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Europa tem mais carros e mata menos no trânsito

Enquanto as mortes no trânsito voltaram a aumentar no Brasil, atingindo um crescimento de 3,5% entre 2009 e 2010, na União Europeia a taxa média anual de redução do número de mortes se aproxima de 5% ao ano (período de 2000-2009).
Espantosamente, em números absolutos, a Europa possui aproximadamente cinco vezes mais carros que o Brasil e ainda assim mata menos no trânsito!
Em 2010 chegamos ao total de quase 39 mil mortes no trânsito, enquanto a estimativa para a União Europeia é de 32.786 mortes.
Entre os anos de 2000 e 2008 o Brasil teve um crescimento de 32% nas mortes no trânsito, com um ritmo de crescimento de 2,9% ao ano; ritmo que estatisticamente nos permite afirmar que em 2060 o Brasil alcançará 173 mil vítimas fatais, totalizando um aumento de 496% em relação ao ano de 2000.
Se considerarmos então o novo crescimento, entre 2009 e 2010 (3,5%), a situação tende a ser ainda mais drástica.
Ao mesmo tempo, na Europa, o número de mortes viárias que era de 54 mil em 2001 diminuiu para 34.500 no ano de 2009.
Essa disparidade se justifica pelo programa de educação e conscientização no trânsito que ajuda a União Europeia a alcançar um índice de redução anual bastante significativo (5%), desde o final da década de 1990.
E se esse ritmo europeu permanecer estável nos próximos 50 anos, estima-se que em 2060 o número de vítimas fatais na Europa cairá para aproximadamente 2.500, totalizando uma redução de 95% em relação também ao ano de 2000.
Tudo porque as campanhas de segurança viária nos países europeus vêm se utilizando de métodos inovadores e interessantes, investindo fortemente em vídeos publicitários chocantes que parecem realmente tem despertado a população.
Outra novidade são os controladores viários, que se diferem dos radares comuns porque não apenas medem a velocidade instantânea do veículo, possibilitando que o motorista a dissimule, mas calcula sua velocidade media enquanto trafega entre dois pontos distintos.
Esses métodos contribuem de forma significativa para a constante redução do número de mortes no trânsito europeu e devem servir de exemplo para o Brasil quando da implementação de sua política estrutural de segurança viária, tão necessária e urgente.
Somente com investimentos maciços em educação, engenharia, fiscalização, primeiros socorros e punição (EEFPP) é que o cenário brasileiro pode se alterar.
** Mariana Cury Bunduky é advogada e pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes
Por Luis Flávio Gomes
Luis Flavio Gomes é doutor em Direito penal pela Universidade Complutense de Madri e mestre em Direito Penal pela USP. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), juiz de Direito (1983 a 1998) e advogado (1999 a 2001). É autor do Blog do Professor Luiz Flávio Gomes

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Rotina de trânsito causa danos à saúde dos paulistanos

Quase sete milhões de veículos circulam por São Paulo. A quantidade é maior do que qualquer outra cidade do país, são ao todo 6,9 milhões. A rotina de engarrafamentos pode ser prejudicial à saúde.Uma pesquisa aponta que, em um ano, o paulistano perde, em média, 27 dias parado em congestionamentos. Todo mês, cerca de 19 mil veículos são emplacados por dia. Por isso, em toda a cidade, é fácil encontrar motoristas estressados.Com tanto carro e moto circulando, os acidentes são frequentes. As ocorrências com motos correspondem a uma em cada cinco chamadas de socorro recebidas todos os dias pelo Corpo de Bombeiros.Além dos acidentes, cansaço, mau humor e estresse fazem parte do cotidiano dos moradores de São Paulo. Uma em cada dez pessoas ouvidas por um estudo da USP (Universidade de São Paulo) já tiveram depressão em decorrência de problemas causados pelo estresse. Vinte e quatro países foram avaliados sobre o mesmo tema, o Brasil ficou em primeiro lugar.Para tentar deixar o congestionamento menos estressante, uma trupe de atores voluntários usa o tempo dos carros parados no farol para fazer rir. Quando os carros param, o grupo tem apenas um minuto para distrair os motoristas.
Os psicólogos do trânsito não fazem parte de uma ONG (Organização Não Governamental) e nem querem receber dinheiro. O trabalho se paga com um sorriso, e uma buzina.