Educação: este é o caminho!, por Diza Gonzaga*
O Ministério da Saúde publicou recentemente uma pesquisa na qual 1,5% dos brasileiros adultos admitiram ter dirigido pelo menos uma vez, nos últimos 30 dias, após o consumo de bebidas alcoólicas. Muitas pessoas já se apressaram em levantar conclusões do tipo “já voltou tudo como era antes”, “lei não adianta” etc.
O Ministério da Saúde publicou recentemente uma pesquisa na qual 1,5% dos brasileiros adultos admitiram ter dirigido pelo menos uma vez, nos últimos 30 dias, após o consumo de bebidas alcoólicas. Muitas pessoas já se apressaram em levantar conclusões do tipo “já voltou tudo como era antes”, “lei não adianta” etc.
Porém, se olharmos com um pouquinho de atenção para a mesma pesquisa, vamos encontrar algo que seria motivo de manchete: “Entre as capitais, Porto Alegre foi a que obteve menor percentual: 0,7%”.
Esse índice é a metade do que apresentou a maior parte das cidades e quase cinco vezes menor do que as das capitais de maior índice.
Além disso, o mesmo estudo apresenta a evolução dos índices desde 2007 e o índice de Porto Alegre se mantém abaixo da média nacional em todos os períodos.
E, se quisermos ir mais além, se em Porto Alegre somos os primeiros (olhando pelo lado positivo), no Espírito Santo, onde iniciamos o trabalho do Programa Vida Urgente em 2007 e já possuímos mais de 2 mil voluntários, Vitória aparece em quarto lugar entre as capitais.
Será que não seria a hora de olharmos com cuidado os fatores que levam essas cidades a terem índices menores do que as demais? Porto Alegre já aparecia em estudos anteriores dando demonstrações de evolução: como a capital onde os jovens são os mais conscientes; onde os acidentes fatais vêm se reduzindo; onde ocorreram reduções significativas nos atendimentos de emergência pela combinação de bebida e direção.
Além disso, o Rio Grande do Sul também foi o Estado onde a lei da alcoolemia zero foi mais rigorosamente cumprida, embora ainda possamos ir além.Alguns dirão que temos o “complexo de Poliana”.
Até pode ser, mas não podemos deixar de reconhecer que acreditamos que a mobilização da sociedade e um trabalho permanente e contínuo, como o que desenvolvemos, podem, sim, colher frutos muito positivos.
Não podemos deixar de exaltar os avanços contínuos que Porto Alegre vem alcançando. Essa é a resposta que damos todas as vezes que nos perguntam sobre os indicadores que utilizamos para medir nosso trabalho e a eficácia do Programa Vida Urgente.
Os pais que, como eu, têm que aprender a conviver, dia após dia, com a ausência de seus amados filhos e as milhares de pessoas mutiladas pela guerra do trânsito entendem o quanto são significativos estes avanços que conquistamos na mudança de nossa população, esse indicativo não é desprezível, ele é simbólico e real.
Mudar a cultura de uma sociedade tão diversificada como a brasileira é um trabalho de décadas, e poder colher índices de evolução como os apontados em todas as recentes pesquisas relacionadas ao trânsito é algo que devemos comemorar e colocar em capas de jornais, para que possamos ter a esperança de que ainda veremos esse quadro efetivamente revertido enquanto vivermos.
Para nós, que travamos uma luta incansável há mais de 12 anos, são motivo de orgulho os índices alcançados por Porto Alegre e Vitória, pois temos certeza de que, entre a combinação de esforços e fatores que levaram a este resultado, o Vida Urgente tem um lugar de destaque e de protagonismo.
Comemoramos, pois temos compromisso com essa mudança, não nos acomodamos porque nos sentimos responsáveis, e não descansamos porque temos certeza de que muito há por ser feito, mas estamos renovados porque sabemos que este é o caminho.
*Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga
Fonte: Jornal zero hora,10 de abril de 2009.
2 comentários:
Educar é preciso, mas responsabilidade se ensina na base, tem que ser cedo crianças.
Temos é que ir para as favelas essinar não é nas escolas é antes disso.
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