A 116 É UM ESCÂNDALO

A 116 É UM ESCÂNDALO
A situação da BR-116 é um escândalo. Prossegue um escândalo. Lamento ser chato e repetitivo, mas é preciso voltar ao assunto. É que as mortes se repetem de tempos em tempos, e isso não faz a menor diferença para quem tem a obrigação de oferecer segurança aos usuários da rodovia. Agora foi uma mulher de 60 anos que morreu atropelada na noite de sexta-feira passada na BR-116, em frente ao Monumento Nacional ao Imigrante, depois que desceu do ônibus e tentou atravessar a via.

Foi atropelada por um Vectra.A 116 é, de longe, a via mais perigosa do trânsito em Caxias do Sul. De longe. A coluna há muito tempo empunha a bandeira da construção de passarelas em pelo menos cinco pontos do trecho urbano da rodovia. E não vai sossegar enquanto uma resposta não for oferecida. O ponto onde ocorreu o atropelamento de sexta é um dos de maior movimento.

O investimento não é grande, e garantiria a oferta de segurança para os milhares de usuários da BR.Há uma indefinição sobre a quem caberia a iniciativa, por ser a 116 uma rodovia federal cedida ao Estado. É desculpa para não fazer nada. Isso não deveria interferir em uma ação forte do município, chamando para si a necessidade da instalação das passarelas.

Não foi assim, afinal de contas, o município chamando para si a tarefa, o que se fez no caso da construção do Viaduto Campo dos Bugres? Por que então não pode ser feita a mesma coisa no caso da 116, a via mais perigosa para o trânsito em Caxias do Sul?Já existe até verba disponível para iniciar a instalar uma no bairro São Ciro, R$ 300 mil obtidos pela deputada federal Manoela D’Ávila (PCdoB) por meio de emenda parlamentar.

Mas esses equipamentos essenciais não avançam. O município há muito tempo dá de ombros para a segurança do trânsito na BR-116. Diz que espera do Daer um estudo técnico sobre o melhor local.

E o Daer nem aí.É um desrespeito completo, uma insensibilidade atordoante, com todas as comunidades e moradores que precisam atravessar diariamente a 116, inclusive crianças e idosos. As autoridades não sabem o que é ter de atravessar a BR em horários críticos no São Ciro, por exemplo, e em meio à neblina no inverno. Não sabem e não fazem nada. Enquanto isso, as mortes se repetem, ante a total indiferença de quem pode fazer alguma coisa.CIRO FABRES
Fonte: Pioneiro, 09/08/09