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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Porque a passarela na BR-116 não sai do papel-Caxias do Sul

Porque a passarela na BR-116 não sai do papel-Caxias do Sul
Falta morrer mais alguém?
O estudante e desportista Edivandro, 15 anos, é o segundo garoto a morrer em acidente de trânsito nos últimos meses na rodovia no bairro São Ciro, em Caxias do Sul. Há oito meses, a vítima foi Diego, 11. Apesar das mortes, os controladores de velocidade retirados dos trechos urbanos da BR-116 em 2006 não foram repostos e a promessa de construção de uma passarela no mesmo bairro não é cumprida
Caxias do Sul – Será preciso mais alguém morrer para que as coisas andem?Essa pergunta, que você já deve ter lido mais de uma vez em notícias de jornal sobre problemas de trânsito, volta a ser feita neste início de semana marcado por uma nova tragédia nas ruas de Caxias do Sul. Deve ser enterrado hoje o corpo do estudante e desportista Edivandro Ramires Tavares, 15 anos.
O rapaz morreu após ser atropelado no bairro São Ciro, na BR-116, por volta de 21h de sábado. Sua família decidiu pela retirada dos órgãos para transplante, o que foi feito ontem.Em dezembro, a vítima fatal foi Diego Zachi Carlotto, 11, igualmente atropelado. Aluno da Escola Estadual Erico Verissimo, o menino saía de uma loja com a mãe, a higienizadora Marivete Zachi, 34, quando foi atingido por um Gol.
Apesar de essa ser a segunda morte em oito meses, não há prazo para obra alguma ampliar a segurança dos pedestres que se aventuram ao cruzar o trecho urbano da BR-116.
Em 2006, um desacerto jurídico entre os governos federal e estadual resultou na retirada das lombadas eletrônicas que forçavam os motoristas a reduzir a velocidade entre os bairros Galópolis e Ana Rech.Embora em cidades como Vacaria a prefeitura tenha encontrado alternativas para voltar a instalar controladores de velocidade na mesma BR-116, em Caxias isso não ocorreu.
O que há é uma promessa de instalação de uma passarela no agora enlutado bairro São Ciro.No ano passado, a deputada federal gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB) obteve a promessa do governo federal de destinar, por meio de uma emenda parlamentar, R$ 300 mil para a construção da passarela no quilômetro 145 da BR, a 600 metros de onde o rapaz foi atropelado sábado, na frente da empresa Matrizes Belga.
Porém, até hoje o dinheiro não foi liberado.Segundo a deputada, no primeiro semestre deste ano, por causa da crise econômica, a União bloqueou os recursos para emendas parlamentares. A expectativa, entretanto, é de que haja uma liberação neste segundo semestre.– Nenhum real de emendas foi pago.
Porém, a expectativa é de que em uma ou duas semanas os recursos comecem a ser liberados. Dependendo da prioridade do governo, a demanda de Caxias pode ser atendida. A passarela está entre as minhas prioridades – discursa a parlamentar.O secretário municipal do Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM), Vinicius Ribeiro, tem outra versão.
Ele diz que o projeto de construção da passarela está pronto. A proposta teria sido cadastrada no Ministério das Cidades em 14 de julho deste ano, prevendo investimento de R$ 360 mil (R$ 300 mil do governo federal e R$ 60 mil da prefeitura).– O município tem interesse em fazer a obra. Porém, falta o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse liberar uma senha.
Com a senha, o município poderá protocolar o projeto e o governo federal irá liberar o recurso – explica Vinicius.Enquanto o secretário diz que não há prazo para envio da senha, em razão de reestruturações que estão sendo feitas no Ministério das Cidades, a deputada garante que esse problema está solucionado. O que falta mesmo, segundo ela, é autorização presidencial para que o dinheiro seja repassado ao município.Talvez a morte de Edivandro apresse a liberação. Da senha ou do dinheiro.vania.espeiorin@pioneiro.com
Jornal Pioneiro:25/08
As vítimas
Os mortos por atropelamento no trecho urbano da rodovia, desde janeiro do ano passado, são: Elias Fernandes da Silva, 20 anos, no Km 148,2 (perto da Curva da Morte), em 6 de março de 2008; Agenor Lahn dos Reis, 87, no Km 145,7 (no bairro São Ciro), em 3 de outubro de 2008; Francisco Adão José Rodrigues, 54, no Km 143 (perto do bairro Serrano) em 10 de dezembro de 2008; Diego Zachi Carlotto, 11, no Km 145,6 (nas imediações da Agrale), em 17 de dezembro de 2008; Neli Machado Porto, 60, no Km 149,9 (em frente ao Monumento ao Imigrante), em 7 de agosto de 2009; e Edivandro Ramires Tavares, 15, no Km 145, sábado passado.
Foto:Familiares dizem que o estudante Edivandro Ramires Tavares, 15 anos, planejava ser piloto, jogador de futebol, lutador e policial militar, mas o maior desejo dele era fazer pessoas felizes
Fonte: Jornal Pioneiro:25/08

Um comentário:

Paulo Soares disse...

Que Deus abençoe esta família, muita paz em seu coração.