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terça-feira, 30 de junho de 2009

Ruas da Capital são desaprovadas

Ruas da Capital são desaprovadas
Estudo da UnB revela que relevo acidentado e falta de continuidade das vias de Porto Alegre desorientam e afetam trânsito
Porto Alegre tem uma das piores malhas para a circulação de automóveis, segundo um estudo que comparou 164 cidades de todo o mundo.
A capital gaúcha apareceu em oitavo lugar entre as que têm vias que oferecem maior dificuldade para se ir de carro de um ponto a outro.
Entre as 44 cidades brasileiras analisadas, ficou em situação melhor apenas do que Florianópolis, Ouro Preto, Rio de Janeiro e Salvador.O trabalho, do doutor em arquitetura e urbanismo Valério Medeiros, pesquisador colaborador da Universidade de Brasília (UnB), aponta que Porto Alegre tem um índice ruim porque combina dois elementos complicadores em seu traçado.
O primeiro deles, o relevo, aproxima a Capital da situação do Rio: os morros da cidade servem como obstáculo para o trajeto das vias e cria vazios urbanos que afastam bairros de periferia da área central.No segundo elemento, a metrópole do Rio Grande do Sul se aproxima do caos paulistano: várias regiões têm seu desenho no padrão de colcha de retalhos.
Isso significa que as vias têm pouca continuidade de um bairro para o outro, exigindo muitas mudanças de direção e, por conseguinte, aumentando as distâncias relativas.
Um exemplo é a Avenida Anita Garibaldi.– Porto Alegre é uma cidade com uma malha que cria dificuldades para a circulação.
As condições não são favoráveis para um grande volume de automóveis. Pela falta de continuidade das vias, o motorista é obrigado a mudar muitas vezes de direção.
Essas mudanças criam uma sensação de desorientação – analisa o autor do estudo.Medeiros resolveu fazer o trabalho por acreditar que a questão do traçado das vias vem sendo negligenciada pelos engenheiros de tráfego em seus esforços para melhorar a circulação nas cidades.
Medeiros deixou de lado elementos mais estudados, como tamanho da frota.O diretor de trânsito e circulação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Sérgio Marinho, reconhece que o traçado urbanístico da Capital cria dificuldades para o fluxo de veículos:– Além de o traçado de Porto Alegre ter surgido sem planejamento, a topografia é acidentada. Tentamos adaptar e minimizar esses impactos.itamar.melo@zerohora.com.br
Como as cidades foram avaliadas
Programas de computador calcularam os trajetos possíveis, avaliaram as mudanças de direção necessárias para ir de um ponto a outro e mediram as distâncias percorridas.
O resultado foi o índice de integração global.Quanto menor, piores são as condições de deslocamento.
O índice de Porto Alegre foi de 0,350. A média das 44 cidades, 0,764. Ter um índice melhor não significa fluxo melhor, pois depende de fatores, como a quantidade de carros que circulam.
Zona Sul tem poucas alternativas
O pesquisador nota que a região sul da Capital, em razão das poucas alternativas de acesso, é a menos ocupada da cidade – com potencial para adensamento da população.Uma política para expandir a cidade para aquela região passaria por criar novos acessos – não apenas vias contornando os morros, mas também túneis.
Sugestão é abrir novas rotas de acesso
O pesquisador Valério Medeiros defende que, a partir da análise das falhas da malha viária feita no estudo, é possível tomar medidas para melhorar o fluxo.Em Porto Alegre, a solução ideal para as zonas com padrão de colcha de retalhos seria abrir vias contínuas em lugar das ruas interrompidas de hoje.
Mas ele reconhece que é uma solução cara, que exige desapropriações. A alternativa, diz, é investir em transporte público mais eficiente.
Municípios brasileiros fracassam em ranking
Comparadas com cidades de outros países, as brasileiras têm na média as ruas que mais dificuldades oferecem para o condutor chegar ao seu destino.
O pesquisador Valério Medeiros contrapôs os dados de 44 municípios do país aos de 120 metrópoles ao redor do planeta.
O índice de integração conjunto das cidades brasileiras foi pior do que o das cidades árabes, da Ásia e do Pacífico, da Europa, da América Latina e da América do Norte.Um fator decisivo para o mau desempenho brasileiro é o padrão de colcha de retalhos das zonas urbanas.
Ele se caracteriza por ruas sem continuidade, o que força o usuário a mudar mais vezes de direção para chegar a um destino.– Se o crescimento tivesse sido planejado, hoje teríamos condições de trânsito melhores – observa o pesquisador.
Fonte: ZH 29/06

7 comentários:

Lisette Feijó disse...

O que falta é engenheiros de trânsito nos órgãos do estado e cumprimento de normas e leis.

Renata Santos disse...

Não temos responsáveis pelo trânsito??

Ricardo Conceição disse...

Esta cidade não leva nada a sério.

Sonia Ramos disse...

Lisette tenho acompanhado sua luta diária não te conheço mas eu sei que tu és, aprendi contigo muito principalmente com as informações que nos passa, isso aí esta cidade falta engenheiros responsáveis, planejamento. Sorte.

Fernanda Guerra disse...

Canta a música do prefeito PORTO ALEGRE É DEMAIS............

Paulo Soares disse...

Esta cidade é uma vergonha, não exite uma rua em condições, tudo tem buraco, asfalto irregular, ja pensaram em especialistas ou pessoas sérias !

Anônimo disse...

Cidade preparada para a copa!!!!!!!!!