Dor acaba com fascínio por motocicletas
Homem que viu irmão morto no asfalto alerta para riscos
Uma tragédia familiar ocorrida no trânsito de Porto Alegre na semana passada, além de comover milhares de gaúchos, serve como um duro alerta para os riscos de conduzir uma moto. Ao bater sua CG 150 contra um poste da Terceira Perimetral, na Zona Norte, Peter Max da Silva Peres levou ao desespero seu irmão mais novo, Roy da Silva Peres, 26 anos, e fez o rapaz interromper a longa e perigosa relação da família com motocicletas – veículos que estiveram envolvidos em 4,2 mil acidentes no ano passado na Capital.
Homem que viu irmão morto no asfalto alerta para riscos
Uma tragédia familiar ocorrida no trânsito de Porto Alegre na semana passada, além de comover milhares de gaúchos, serve como um duro alerta para os riscos de conduzir uma moto. Ao bater sua CG 150 contra um poste da Terceira Perimetral, na Zona Norte, Peter Max da Silva Peres levou ao desespero seu irmão mais novo, Roy da Silva Peres, 26 anos, e fez o rapaz interromper a longa e perigosa relação da família com motocicletas – veículos que estiveram envolvidos em 4,2 mil acidentes no ano passado na Capital.
Agentes de trânsito, policiais e o repórter da Rádio Gaúcha Mauro Saraiva Júnior testemunharam o sofrimento de Roy ao chegar à cena do acidente, na madrugada de sexta-feira. Como relatou o jornalista na edição de sábado de ZH – que motivou o envio de dezenas de e-mails de leitores emocionados com a narração –, o familiar não se conteve ao segurar o corpo do irmão mais velho já sem vida.
– Eu te amo, tu não podia fazer isso comigo. Não é justo, volta para mim. Por que tu tá fazendo isso comigo? – dizia, ao mesmo tempo em que beijava o rosto do jovem desfalecido.Naquele momento, quem assistia impotente ao desabafo de Roy não sabia que terminava ali uma história de companheirismo e amizade de dois irmãos que aprenderam a enfrentar juntos as adversidades.
A primeira delas veio ainda na infância, quando o pai deixou a casa. Peter com seis anos, Roy com três, os dois apoiaram tanto um ao outro que passaram até a dormir na mesma cama.Quando cresceram, a afinidade não diminuiu. Mesmo quando o mais velho morava em Gravataí, e o mais novo continuava em Porto Alegre, davam um jeito de se ver quase diariamente. Peter, mais do que um irmão, era a figura paterna que Roy havia perdido.
– A gente jogava bola, fazia churrasco, estava sempre junto – relembra o caçula, duplamente órfão.Ambos refletiam uma paixão familiar por motocicletas – eles já haviam perdido um tio em um acidente sobre duas rodas, e Roy chegou a sofrer uma fratura exposta no tornozelo após cair com uma das 12 motos que teve desde os 13 anos.
Peter, curiosamente, havia trocado o carro por uma motocicleta para se deslocar entre a casa e o trabalho noturno, no Aeroporto Salgado Filho, havia apenas um ano e meio.
Ao voltar para casa na madrugada de sexta, perdeu o controle e bateu contra um poste.– Ele era o mais regrado, não abusava da velocidade, não sabemos como isso pode ter acontecido – lamenta o irmão.
Fonte: Jornal Zero Hora 17/06/09
marcelo.gonzatto@zerohora.com.brMARCELO GONZATTO
6 comentários:
Muita luz e paz para esta família.
Talvez se tivesse proteção o poste ou fosse de fibra? Teria salvo a vida, mas as autoridades, estão preocupadas com isso?
Moto deveri ter aulas diferenciadas, detalhadas, mostarndo maiores cuidados.
Uma família destruida é uma cicatriz para toda a vida, motos são perigosas o que fazer???
É ficra sem um irmão ou alguém da família é difícil e tem gente que acha que passa...muita força ai
Acidentes com motos...são vidas muito expostas.
Postar um comentário