Translate

domingo, 22 de março de 2009

As perigosas brechas da BR116

As perigosas brechas da BR-116

Todo dia, um fluxo de 120 mil veículos corta o asfalto da rodovia Porto Alegre-Vale do Sinos, transformando-a na estrada mais movimentada em território gaúcho.
Esse trânsito é tão alucinante como ameaçador. Como se ignorassem o risco de vida, pedestres desafiam a sorte e transitam por entre rombos nas muretas que separam as duas pistas. Fazem das aberturas no concreto suas passarelas.As brechas nas divisórias servem a dois motivos: a pressa de quem precisa chegar ao outro lado e a escassez de travessias adequadas.
Ou a ambos, em uma combinação suicida.
O tamanho de alguns vãos no trecho entre Canoas e São Leopoldo cravou na paisagem cinza do concreto um histórico de violência – a maior parte dos buracos, segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e a Polícia Rodoviária Federal, é consequência de acidentes, envolvendo sobretudo caminhões.
A impaciência dos moradores das redondezas, que lapidaram seus próprios atalhos do dia-a-dia, e questões estruturais, como dois buracos abertos em Canoas após a retirada de postes que sustentavam semáforos, há pelo menos cinco anos, também tiraram seus nacos da barreira de cimento.
Um dos rombos, no km 252,5, em Sapucaia do Sul, atende quem precisa ir ao supermercado e, na urgência de terminar o almoço ou fazer o rancho da semana, não aceita vencer os 400 metros de distância até uma passarela segura.
A procissão dos imprudentes arrasta adultos, jovens, crianças, ciclistas, famílias inteiras, forçando um ziguezague em disparada entre veículos que obedecem à alta velocidade das autoestradas. Entre as 18h10min e as 18h18min de ontem, nove pessoas chegavam a se aglomerar no miolo de uma fenda no km 256, em Esteio.
– O ideal seria uma passarela mas, se não tem, não temos o que fazer – conforma-se o aposentado José Benedito Vieira, 67 anos, ao cumprir mais um trecho do teste de sobrevivência.

Fonte: Jornal Zero Hora

Um comentário:

Ricardo Conceição disse...

Me admiro que o govermo não faz nada para mudar, os órgãos responsáveis nem sei se tem, eles mesmos nem sabe, de que é a responsabilidade de cuidar de vidas.