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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Trânsito seguro

21 de fevereiro de 2009 , Jornal Zero Hora
ARTIGOS

Trânsito seguro, por Ildo Mário Szinvelski*
A tragédia do trânsito já incorporou a rotina dos feriadões como se fosse algo normal ou natural. Todavia, essa carnificina decorre da inobservância de regras elementares do convívio civilizado com a banalização do ato de dirigir, das mortes e das lesões como se a acidentalidade e a sinistralidade pertencessem às manchetes.
Lamentavelmente, muitos não chegarão vivos na quarta-feira de cinzas e tudo isso poderia ser minimizado se fossem adotados mecanismos preventivos ao se dirigir veículo automotor com responsabilidade, respeito e prudência.
Viajar é uma oportunidade ímpar para conhecer o novo, admirar paisagens, encontrar amigos, descansar e renovar energias, enfim, algo extremamente agradável e prazeroso.Não tem sentido, portanto, conduzir veículo falando ao celular pois tal ação é muito perigosa ao segurar o volante com apenas uma das mãos, ficando prejudicada a eventual necessidade de manobra rápida e precisa; diminui a concentração, o grau de atenção e a visão fica prejudicada (afunilada); a reação é lenta e a distância de frenagem é maior e, em apertada síntese, o condutor esquece do trânsito colocando a vida dos outros em perigo.
Também, o tempo gasto para acender um cigarro em média é de três segundos e a distância percorrida a uma velocidade de 100km/h é de 80 m; beber água, quatro segundos e 110 m percorridos; a mesma distância percorrida ao sintonizar o rádio ou trocar o som; três segundos procurar objetos na carteira e 80 m percorridos; consultar o mapa em torno de quatro segundos e mais de 110 m; e, por fim, discar um número no telefone em média cinco segundos e 140m percorridos.
Ora, neste espaço de falta de atenção tudo pode ocorrer, menos a resposta rápida e de cautela em uma situação de perigo e de grande exposição.Assim, velocidade compatível, ultrapassagens com distância de visibilidade e segurança, condições físicas e mentais plenas (sono, sem ingestão de bebidas alcoólicas, sem pressa de chegar) aliada à tranquilidade e à atitude preventiva do condutor com a utilização do cinto de segurança, evitará a dor e a tristeza no trânsito.
É preciso dar um basta à mortalidade nas estradas através da mudança comportamental.
Vamos utilizar este feriado de Carnaval como um marco positivo de alegria e prazer em nossas vidas e das nossas famílias e voltarmos todos vivos na quarta-feira?Por fim, precisamos acreditar que é possível a alegria das festas sem ousadia no trânsito e que o lema do samba vencedor do Carnaval tenha como titulo: “A vida em primeiro lugar”, inclusive valendo como pontuação máxima em todos os quesitos, exceto, por óbvio, na alegoria do carro fúnebre. Vá devagar e boas festas.
* Técnico superior em Trânsito

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Luiz disse...
Apresento meus cuprimentos ao Dr Ildo Mário Szinvelski, Diretor Técnico do DETRAN/RS, concordo com todas as suas afirmações, mas existe um ponto que gostaría de pedir a vênia para discordar. Chega de hipocrisia, e ficarmos lamentando as mortes no trânsito diáriamente, e contando os feridos, dia-após-dia. Está na hora de dividirmos as responsabilidades e desonerar as pessoas que fazem parte do trânsito.
O que eu quero dizer? Não basta ficarmos apontando apenas os maus condutores, que descumprem a norma de trânsito, ou o pedestre que deixou de cruzar na faixa à ele destinado e foi atropelado, pois o Poder Judiciário existe para aplicar a sanção que a Lei prevê, se é branda ou não atende aos ânceios da sociedade é uma outra discussão.
Mas temos que rever os mecanismos de aplicação das penalidades e buscar eficiência na aplicação. E como isso será possível? 1º) Aumentando o número de servidores para análisar os processos administrativos de trânsito. Não menos importante é sabermos de que, a acidentalidade continuará a aumentar, quer nós queira ou não. Pois com a facilidade do crédito, na aquisição de um automóvel, o número de parcelas extremamente dilatados, qualquer pessoa de baixo poder aquisitivo, continuará a enriquecer as montadoras e engordando nossas vias de milhares de veículos diáriamente em nossas vias.
Não quero dizer que essas mesmas pessoas não possam ter o direito de adquirir um veículo zero quilometro, mas ao contrário, o poder público deve dar condições para que esses veículos possasm transitar com segurança. com contrução de vias que ofereçam segurança, investimentos pesados em infra-estrutura.
Não menos importante é rever as condições das nossas vias, sejam elas urbanas ou rurais, que estão abaixo da expecitativa dos usuários, pelos valores que pagam pelo IPVA, anualmente e os caóticos pedágios, que são meros arrecadadores de riquezas, sem a preucupação de ofertar condições seguras nas vias.
Não basta colocar um guincho ou uma ambulância na via e dizer que isso é investimento. Temos que ter vias que ofereçam condições de trafegabilidade com segurança, com um acostamento capaz de dar refúgio em caso de emergência.
Investírmos numa polícia eficiente capaz de fiscalizar cotidianamente. Não com uma dupla de patrulheiros, para vigiar e fiscalizar 100 km de via. Mas com um número da agentes e viaturas suficientes para atender a demanda do trexo à ser fiscalizado, para que não sofra qualquer prejuizo de continuidade na fiscalização, frente a qualquer outro evento na via, como acidentes, animais soltos na via, escolas para atender os horários de entrada e saída, entre outros.
Para finalizar, mas não menos importante é o fato de que enquanto não houver investimento pesado em estrutura, vias, sinalização, fiscalização, material humano de fiscalização, não vamos diminuir os números da acidentalidade no Brasil, ao contrário, sem não for priorizado pelos nosso administradores, vamos viver de pequenos investimentos em campanhas pontuais e sem efeito direto naquilo que procuramos buscar, que é a saúde e a integridade das pessoas que utilizam as vias. Chega de hipocrisia, pois todos os estudiosos do assunto "trãnsito", assim como o Dr ildo, este critico e tantos outros, sabemos como verdadeiramente podemos diminuir o número de acidentalidade no Brasil.
Um Abraço