Esperar, postergar, renunciar e ir aprendendo a conviver com as diferenças são conquistas de um longo e persistente processo. Capitaneando esta jornada há que existir alguém (geralmente os pais, mas não necessariamente) que tome a sério esta tarefa e não desista.
Se quisermos observar a real formação de um bom motorista, basta observar o que acontece numa pracinha. Crianças de dois a quatro anos compartilham o espaço da areia, onde baldes, carros e panelinhas estão espalhados. Chega um menino e vai direto ao encontro do carro do “amigo”. O “amigo” retém o brinquedo para si enquanto diz um sonoro: “Não... é meu!!”. Logo surge a mãe do novato e explica a ele que o brinquedo é do menino e em seguida despeja na areia um carro de seu filho, para que ele também empreste algo seu.
Em outra parte, crianças estão em fila para descer no escorregador. Um menino menor fica parado lá em cima e demonstra ansiedade; já não sabe mais se quer descer. O que está atrás se impacienta e pega a dianteira, deixando o pequeno para trás. Nesta hora aparece um adulto que primeiro fala que a vez é do menino e que ele espere.
Como não surte efeito, o garoto é pego sem violência, mas com firmeza e o discurso é repetido: “Tu tens que aprender a esperar, é a vez do outro menino”. Assim outros tantos exemplos poderiam ser mencionados. Tudo acontece na pracinha – ela é um grande laboratório para aprender sobre trânsito.
O que acontece se não há para a criança alguém que esteja, em primeiro lugar, lhe vendo, para que possa intervir no momento necessário e, depois, que efetivamente apareça na hora certa com o limite adequado? Será possível, sem isso, que se desenvolva a capacidade de espera, tolerância e respeito às diferenças? Com exceções, é claro, muitos acidentes e incidentes seriam evitados se as partes envolvidas tivessem sido exaustivamente expostas a este tipo particular de aprendizagem.
Que a elas tivesse sido dito e demonstrado incontáveis vezes como se vive um mundo compartilhado. Sem isso, é inevitável que o produto final de uma história de desenvolvimento – o adulto – regule-se mais por seus próprios impulsos e desejos. Lamentavelmente, o que estas pessoas não puderam aprender é que há vantagens suficientemente poderosas na aquisição da capacidade de espera. Não vantagens imediatas, há que se dizer, mas vantagens a longo prazo. Sobrepor-se ao outro em benefício próprio acaba em algum momento cobrando seu preço, às vezes impagável.
Em outra parte, crianças estão em fila para descer no escorregador. Um menino menor fica parado lá em cima e demonstra ansiedade; já não sabe mais se quer descer. O que está atrás se impacienta e pega a dianteira, deixando o pequeno para trás. Nesta hora aparece um adulto que primeiro fala que a vez é do menino e que ele espere.
Como não surte efeito, o garoto é pego sem violência, mas com firmeza e o discurso é repetido: “Tu tens que aprender a esperar, é a vez do outro menino”. Assim outros tantos exemplos poderiam ser mencionados. Tudo acontece na pracinha – ela é um grande laboratório para aprender sobre trânsito.
O que acontece se não há para a criança alguém que esteja, em primeiro lugar, lhe vendo, para que possa intervir no momento necessário e, depois, que efetivamente apareça na hora certa com o limite adequado? Será possível, sem isso, que se desenvolva a capacidade de espera, tolerância e respeito às diferenças? Com exceções, é claro, muitos acidentes e incidentes seriam evitados se as partes envolvidas tivessem sido exaustivamente expostas a este tipo particular de aprendizagem.
Que a elas tivesse sido dito e demonstrado incontáveis vezes como se vive um mundo compartilhado. Sem isso, é inevitável que o produto final de uma história de desenvolvimento – o adulto – regule-se mais por seus próprios impulsos e desejos. Lamentavelmente, o que estas pessoas não puderam aprender é que há vantagens suficientemente poderosas na aquisição da capacidade de espera. Não vantagens imediatas, há que se dizer, mas vantagens a longo prazo. Sobrepor-se ao outro em benefício próprio acaba em algum momento cobrando seu preço, às vezes impagável.
por Caroline Milman*Psicanalista
Fonte: Zero Hora 04/03/11
43 comentários:
Aprender a esperar...é uma lição importante...
Beijo carinhoso
Maravilha de artigo e lição!beijos,chica
Ensinamento a ser passado.
Refletindo temos uma boa lição.
Xeros
Grande texto.
Bom final de semana.
Beijos,
Cultivar a paciência e o respeito, belo texto, Lisette. Bom findi, boa noite, beijos :)
Minha querida , concordo com seu texto , lição a ser aprendida e passada a diante
bjs
penso que desde criança na escola os seres devem de ser preparados para a condução de " vidas"
beijos
Pura sabedoria.
abraços
LInfdo artigo LIsette!Acho que o que está faltando no mundo de hoje é limite, saber esperar, ser tolerante as pessoas estão cda vez mias se matando por menos, por uam vaga no estacionamento, por 1 real, porque qualquer besteira...
Beijos
Texto maravilhoso... Precisamos refletir...
A vida por si só já é vivida em trânsito. Os automóveis chegaram como ferramentas para o ser humano.
Quando nascemos, como transeuntes não precisavam de veículos; a não ser o colo da mãe.
As pessoas continuam crianças brincando com outro brinquedo mais perigoso, esquecendo-se de que a velocidade leva a vida, de volta, mais rapidamente.
Beijos!...
Excelente artigo, especialmente para quem tem filhos, a infância é a idade ideal para o aprendizado, cabe aos pais passar os verdadeiros valores (nao só cultura, informacao, mas delinear o caráter moral do ser), aqueles que formarao o cidadao, para viver e conviver em sociedade.
Parabéns Alessandra!
Passarei para minha filha que está fazendo carteira de motorista agora.
Beijos e uma feliz semana!
Bonita lição, adorei o texto.
Bjs
Amiga,
Gosto de tudo que você escreve...
você está sempre nos ensinando com esse seu jeito muito especial de escrever... para mim é uma leitura agradável e que sempre me faz pensar e repassar para os meus amigos...
Um lindo domingo!
♫ ♫. • º*
✿ Minas
º ✿♥
Um belissimo domingo pra ti minha querida amiga, e uma semana cheia de paz, amor e poesia...beijos e beijos.
O essencial de tudo começa com a educação e o respeito, mas a cada dia, parece q está faltando entre os homens , o q torna a vida num caos.
Belo blog de pura informação.
Obrigada pela visita e pelo carinho.
Um abraço
Parabéns pelo seu texto. Consciência se desperta desde cedo.
Big Beijos
Lisette!
Excelente texto e todos os pais dos pequeninos o deveriam ler!!!
Saber esperar e respeitar o nosso semelhante...esta é a chave para o futuro!!!
Dolorido o vídeo silencioso das presenças ausentes nos quartos vazios!!!
Um beijo e meu carinho!
Sonia Regina
Neste momento quero expressar aqui a minha solidariedade a todas as Famílias atingidas pelo tsunami de ontém.ONDA DEVASTADORA
Onda devastadora, cheia de beleza
Que rapidamente se transformou...
E destruiu tudo por onde passou...
Correu com loucura pela praia...
Saltou montes e vales...
Tudo levou e tudo varreu...
Onda sem compaixão...
Que entre os seus longos braços...
Tudo levou, pais, mães e filhos...
Sem piedade levou o amor da família...
Levou também o trabalho da terra...
E deixou, apenas a dor...
Dor de quem ficou e de quem tudo perdeu...
E tu onda devastadora...
Soltaste os teu braços...
E calmamente te foste!...
LILI LARANJO
Obrigado pelo carinho.
Tenha uma linda semana.
Bjux
Muito bem dito,Lisette!Gostei demais desse artigo,pois ensinando os pequenos a ter tolerancia,eles serão mais preparados para o transito e para a vida!bJS,
Esse artigo é perfeito e deveria ser lido por pais e adolescentes em vias de obterem a habilitação.
O problema é quando alguns pais dão péssimos exemplos ao volante, na presença dos filhos.
Beijos, Lisette!
Olá amiga. Estou de volta aos blogs depois de um período de descanso. Que post maravilhoso!!! Quanta lição contida nessas palavras!!! Beijos e ótima semanan.
Minha querida
Como sempre gostei de ler, um artigo muito bom.
Deixo um beijinho e o meu carinho
Sonhadora
fantástica metáfora, muito bom!
[É verdade viu. Certas coisas nascem antes do que imaginamos, já dizia a minha avó, viver não é força, é jeito.
beijos e saudades daqui...
acredito que todos deveriam fazer um curso intensivo , pq a maioria dos motoristas novos e antigos não tem essa lição em mente, esperar, saber q existe o outro e q devemos respeitar
adorei o artigo, obrigada pela visita e to te segindo tb viu
bjim
Olá !
Vim retribuir sua visita e também fazer parte desse blog maravilhoso.
Parabéns por mesmo tendo passado o que você passou, ainda encontra forças para ajudar o próximo, sei que não é fácil, sou mãe e imagino o que você sente.
Apareça sempre.
Bjs e boa semana
Perfeito o artigo...
O exemplo do escorredor me fez refletir que é bem por ai mesmo...
Bjos!
Os mais apressados são os velhos de volante, eles deveriam passar no psicólogo, eu vejo tanto senhor brigar do transito e sair "rasgando". Bom, é sempre bom aprender e aprender..
Beijo, querida, ótima semana.
Oi Lisette
Excelente post. Precisa de muita divulgação. Perfeito.
Bjs no coração!
Nilce
Olá querida!! Uma linda e proveitosa semana a ti também!!
Seja sempre bem vinda.. bjs da lua.
=)
Oi Lisette,
adorei a parábola da pracinha, e é bem verdadeira.
Bjkas e uma ótima de semana para vc.
http://gostodistonew.blogspot.com/
Cuidado, atenção e responsabilidade... combinação simples, mas suficiente para evitar muitas tragédias. Excelente post, boa semana.
Querida amiga hoje Dia Mundial da Poesia ..
Convido você a ler a homenagem feita
no meu blog a todos os poetas,
Um lindo dia beijos,Evanir.
http://aviagem1.blogspot.com/
Em casa também esse tipo de aprendizado deve ser ensinado.
BeijooO*
e as crianças estao ficando cada vez mais impacientes ne?: bjss
Boa semana!
Beijos
Belo blog meu bem, que Deus ilumine a todos vocês!
Estou te seguindo, me segue?
Beijos ;*
Excelente analogia....
Minha querida, tenha uma ótima semana...beijinhos
Valéria
Desfolhei o seu blog e dei uma voltinha por aqui. Muito bom e repleto de bons textos. Bj
Ola.. Adorei a sua visita!
A ansiedade é muita mas tem q ser devagar e sempre ne.. rsrsrs
Beijãoooo.. adorei o seu blog!
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