Perigo na rodovia Passo Fundo-Marau

SEM SINALIZAÇÃO
Sindicalista de Marau diz que falta de alertas em obra preocupa motoristas
As obras de reforma do trecho de 30 quilômetros entre Passo Fundo e Marau (ERS-324) têm preocupado os motoristas que transitam pela via. Ao passar pela estrada, que vai ter terceira pista em seis quilômetros, motoristas encontram máquinas, acostamentos inacabados e pouca sinalização.
Por pelo menos 40 anos trabalhei como motorista de caminhão e usava esta rodovia diariamente. Durante este período, perdi amigos e colegas para suas curvas. No ano passado, o tão sonhado início das obras de reforma do trecho alegrou quem precisa passar por ela.
O alargamento da pista e o fim de curvas extremamente sinuosas anunciavam possível melhora na segurança da via. Mas o número de equipes de trabalhadores na estrada e a falta de sinalização em alguns pontos que estão passando por reforma deixam os motoristas apreensivos.
Em muitos locais, o acostamento não foi concluído, mas não há placa alguma que indique isso. Muitos desavisados, que além de tudo abusam da velocidade, acabam por invadir à pista contrária e provocar acidentes. A preocupação é que o intenso movimento – são pelo menos 8 mil veículos que passam pelo trecho diariamente – combinado com a reforma provoque mais tragédias.
Já fizemos alertas com nossos associados para que tenham cuidado neste trajeto e cobramos das autoridades para que façam os ajustes necessários à segurança dos que transitam por aqui.
HONORINO FRANCISCO PISSOLATTO* *Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Marau
Contraponto
O que diz Fabiano de Oliveira Pereira, coordenador do 6º distrito operacional do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer)
Pereira disse que solicitou à empresa que trabalha na obra, no final do mês passado, melhora da sinalização em todos pontos do trecho.
Obra aguardada
- Construída há pelo menos cinco décadas para ligar a Serra Gaúcha ao Planalto, a ERS-324 tem no trecho de 30 quilômetros entre Marau e Passo Fundo um dos mais altos índices de acidente do Estado.
- Por causa disso ganhou o apelido de Estrada da Morte. Só em 2009, 13 pessoas morreram em acidentes ocorridos em suas curvas de tráfego intenso. Até o início deste mês, foram cinco vítimas.
- O contínuo movimento de caminhões na via compromete à segurança de quem circula pelo local. No ano passado, o anúncio de reforma da pista animou estas comunidades.
- Em pelo menos seis quilômetros já estão sendo construídas terceiras-pistas, novos acostamento e mudanças de traçados de curvas.
Fonte:Zero Hora 27/05