ACIDENTES
O alerta de quem perdeu a filha e a mãe para o trânsito
Dona de casa mudou hábitos e agora se cerca de cuidados após a colisão que envolveu sua família há 10 anos
Se pudesse voltar no tempo, a dona de casa Márcia Regina Chaves, 32 anos, teria dito não quando a filha de seis anos insistiu para embarcar naquele Fusca já lotado com cinco pessoas.Se revivesse aquele fatídico dezembro de 1998, exigiria que Brenda só viajasse usando cinto de segurança.
Se pudesse voltar no tempo, a dona de casa Márcia Regina Chaves, 32 anos, teria dito não quando a filha de seis anos insistiu para embarcar naquele Fusca já lotado com cinco pessoas.Se revivesse aquele fatídico dezembro de 1998, exigiria que Brenda só viajasse usando cinto de segurança.
Se estivesse no cruzamento da RS-118 no momento do acidente, teria alertado o pai para que desconfiasse dos outros motoristas, mesmo estando na preferencial e dentro da velocidade permitida.
Uma década depois de perder a filha e a mãe para o trânsito durante um feriadão de Natal, em Gravataí, Márcia ainda assimila as lições de sua dor, que comoveu o Estado ao ser estampada na capa de Zero Hora, há uma década. Ela ainda não tem coragem de dirigir, adiou indefinidamente os planos de fazer carteira de motorista. Mas tem um conselho aos que se aventuram pelas estradas.
– Tem de se preocupar mais com os outros do que com a gente mesmo, porque não se sabe o que vai encontrar pelo caminho. Trânsito não é um passeio, é uma coisa séria. Se aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um, né? – alerta.
Era seu pai, que acumulava experiência de três décadas como motorista de ônibus, que nunca bebia ao dirigir, que tinha cursos de direção defensiva quem dirigia o Fusca onde morreram sua mãe, Maria Regina, 43 anos, sua filha, Brenda Rochele Cardoso Chaves, e outros três vizinhos. Ele foi o único sobrevivente. Todos os passageiros morreram, depois que o carro foi atingido por outro Fusca, capotou, foi arrastado por dois metros e explodiu.
Hoje, Márcia reveste de solenidade cada saída de carro. Só deixa o Logus da família partir depois de afivelar o cinto de segurança nas duas filhas, de cinco e 10 anos. Se o marido bebe um copo de cerveja, esconde a chave para ter 100% de certeza de que ele cumprirá suas promessas de não dirigir.
leticia.duarte@zerohora.com.brLETÍCIA DUARTE
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