Translate

domingo, 22 de março de 2009

Um ano depois

UM ANO DEPOIS
Mãe tenta superar a dor

O túmulo de Isabella Nardoni, no cemitério Parque dos Pinheiros, zona norte de São Paulo, virou uma espécie de santuário. A cada dia, pessoas depositam ali flores e bilhetes de pesar pela morte da criança. Tanta assiduidade à sepultura comove a mãe da menina, a bancária Ana Carolina de Oliveira, que faz visitas mensais ao túmulo.
A próxima será dia 29, quando a tragédia completa um ano.A mãe de Isabella mergulha no trabalho para esquecer a dor. Logo após a morte da filha, ela suspendeu o serviço, porque não conseguia se concentrar. Passava horas em frente à TV, vendo tudo sobre a morte da menina. Sofrendo. Chorando.
Na tentativa de consolá-la, parentes e amigos lhe deram mais de 20 livros com temas espíritas e religiosos. Entre as leituras, ela chora.No dia do seu aniversário de 24 anos, em 4 de abril do ano passado, Ana Carolina escreveu no Orkut um recado para a filha, em tom de consolo: “A morte não é tudo. Não é o final. Nada aconteceu.
Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntas permanece intocada, imutável”.Carolina mora com os pais, o que ajuda a preencher o vazio noturno provocado pela ausência da filha.
No quarto, a mãe de Isabella guarda uma coleção de sapatos da filha, que arruma a cada fim de semana. Como num relicário, cada objeto da menina – brinquedos e ursos de pelúcia – permanece intocado, como se ela fosse voltar.
Carolina evita receber pessoalmente jornalistas, mas concordou em atender Zero Hora por telefone e por e-mail. Impôs uma condição: não falar sobre os Nardoni. Admite apenas que nunca mais foi procurada pela família do pai da menina.
A entrevista foi intermediada pela advogada de Carolina, Cristina Christo Leite, que vai atuar na acusação contra Alexandre Nardoni e Anna Jatobá.
Fonte: Jornal Zero Hora, 22/03/2009

Nenhum comentário: