EPTC já conta com estratégia para diminuir ação de infratores
Nas noites de quinta, sexta e sábado, o celular não para de emitir alertas em um grupo de WhatsApp. São membros do "Fuga das Blitz" informando os demais motoristas da localização dos pontos de fiscalização da Balada Segura e radares nas avenidas de Porto Alegre e cidades vizinhas.
O uso de aplicativos para burlar as leis de trânsito está cada vez mais comum por quem quer beber e dirigir ou acelerar sem o receio de multas.
O Fuga das Blitz tem cem participantes, o limite do aplicativo de troca de mensagens. A intensa procura levou o administrador a abrir uma segunda conta no início do ano, pouco mais de 30 dias após o início do grupo original. Em um dos posts, o administrador informa que o grupo tem como objetivo exclusivo "postagens sobre blitz, barreiras, radares móveis, agentes da EPTC, viaturas da Brigada Militar ou congestionamentos ou algo relevante ao trânsito". Os participantes são prestativos.
Durante a madrugada, um motorista enviou para o grupo uma foto do velocímetro a quase 200 km/h, supostamente tirada na Freeway. Minutos depois, mais dois usuários postaram fotos tremidas dos velocímetros mostrando velocidades perto da mesma faixa.
Aparentemente, o grupo é formado por motoristas que se deslocam com frequência de carro na região metropolitana e motoboys. Pedidos para adicionar novos integrantes são diários. Devido à alta procura, o administrador chegou a solicitar, dias atrás, que somente fossem indicadas pessoas que precisassem das informações para o dia a dia, além, claro, de colaborar com o grupo.
De acordo com a EPTC, engana-se quem acha que vasculhar as redes sociais antes de pegar o carro na saída de um bar ou da balada garante um deslocamento sem risco de ser apanhado. Segundo o diretor-presidente da Empresa, Vanderlei Cappellari, os grupos de mensagem prestam um desserviço.
Com a disseminação dos grupos de WhatsApp nos últimos meses, a EPTC mudou a estratégia para manter a efetividade das barreiras. Funcionários da empresa se infiltram nos grupos para acompanhar as postagens. Há diversos grupos de taxistas monitorados, inclusive, de acordo com Vanderlei Cappellari.
Além de flagrar embriaguez ao volante, as barreiras são importantes na localização de foragidos e prisão de criminosos em fuga, por exemplo. Apesar de tudo, não há impedimento legal para o uso dos aplicativos para esse fim.
De janeiro a março, em 43 ações realizadas com apoio da BM, a EPTC autuou 375 condutores por álcool ao volante. Foram abordados cerca de 2,4 mil veículos, com 935 motoristas autuados por irregularidades diversas em documentação e equipamentos, incluindo a questão do álcool, sendo 241 carros recolhidos.
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