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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

: Trânsito e responsabilidade individual

Texto escrito por Germano Rigotto
Isto virou uma trágica rotina na vida das famílias brasileiras: não passa um mês, senão quinze dias ou uma semana, sem um episódio de acidente de trânsito envolvendo pessoas das nossas relações. E, não raras vezes, com vítimas fatais.
Essa guerra se acostumou ao nosso cotidiano – isso vale para governos, organizações e até mesmo para os indivíduos. De tão forte que é o problema, há uma espécie de rendição a ele, um conformismo velado, uma desistência. Não podemos permitir que isso aconteça.

Segundo levantamento do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), concluído em 2013, mais de 980 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil entre os anos de 1980 e 2011.
E foi justamente no último período que o país alcançou a maior taxa proporcional desde que os dados começaram a ser contabilizados: foram 22,5 mortes por 100 mil habitantes. O pico havia sido alcançado em 1996, antes da criação do Código Brasileiro de Trânsito, que logo depois começou a vigorar e a contribuir para quedas importantes nos indicadores.

Mas uma amostragem feita pelo Observatório Nacional de Segurança Viária revelou que o número de vítimas no trânsito é muito superior ao que fazem crer as estatísticas oficiais. 
A pesquisa teve como base o DPVAT. Em 2012, por exemplo, foram registrados mais de 60 mil mortos, um aumento de 4% em relação a 2011, com 352 mil casos de invalidez permanente. Seja pelos dados oficiais ou pelos extraoficiais, o fato é que estamos muito longe de uma situação aceitável.

Trata-se da maior tragédia brasileira, com mais vítimas do que o câncer e os homicídios. As causas são conhecidas e complementares entre si: precariedade das estradas, falhas na sinalização, infraestrutura deficiente, carros com padrões de segurança superados, pouca fiscalização, carência de alternativas ao transporte rodoviário, falta de formação, dentre outras. 
Mas tem uma causa que está presente em 95% dos desastres viários: a combinação entre irresponsabilidade e imperícia. É uma inclinação, que pode ter diversas explicações de ordem cultural, para burlar as leis e exceder-se no volante.

A constatação é simples: basta pegar o carro na estrada, andar poucos quilômetros, e logo veremos um festival de ultrapassagens perigosas. Motoristas bêbados, mesmo com a lei seca, continuam fazendo verdadeiras loucuras. 
Alguns caminhoneiros e outros motoristas profissionais, muitas vezes por pressão das empresas, dirigem com um grau de cansaço perigoso. Mas não precisamos ir tão longe: observemos nossa própria prática cotidiana. 
O uso de celular ao dirigir tem causado uma quantidade enorme de colisões. Enfim, há um sem-número de comportamentos que dependem exclusivamente das escolhas que são feitas por nós mesmos quando vamos dirigir.

Somos parte desta cultura de imprudência e, inevitavelmente, influenciados por ela. Mas, se já evoluímos em nossos índices sociais e econômicos, não podemos continuar aceitando a derrota nesta guerra diária – que causa morte, dor, destrói famílias e gera prejuízos enormes para o país. Temos onde buscar inspiração. 
Na Alemanha, os óbitos por acidentes de trânsito caíram mais de 80% nos últimos quarenta anos. Lá, a propósito, perseguem a meta de fechar um ano inteiro sem nenhuma vítima fatal. A Austrália alcançou 40% de queda em duas décadas. A China, em apenas dez anos, conseguiu reduzir a taxa em 43%. Ou seja: não estamos diante do impossível, não podemos aceitar a condição de derrotados.

O feriado do carnaval vem aí, e as estradas estarão lotadas. Muitas vidas em risco. Se ainda não temos o Brasil que queremos no que se refere à segurança dos carros e das estradas, que a responsabilidade individual possa ser o nosso escudo. Já não se pode mais acreditar que nunca vai acontecer conosco. É preciso ter noção do perigo. E que essa nova consciência não atrapalhe a festa e os momentos de convivência, mas que inspire a todos a dirigir com mais segurança. Bom feriado, bom carnaval, boa viagem!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Rio Grande do Sul tem queda de 9% em mortes no trânsito entre 2010 e 2013


Dados divulgados pelo Detran mostram que 1.984 pessoas morreram em acidentes no ano passado

Rio Grande do Sul tem queda de 9% em mortes no trânsito entre 2010 e 2013 Divulgação/Caroline Bicocchi/Palácio Piratini
O governador Tarso Genro entregou 16 viaturas à Brigada Militar, que serão usadas em operações da Balada Segura no interior do EstadoFoto: Divulgação / Caroline Bicocchi/Palácio Piratini
O número de mortes em acidentes no Rio Grande do Sul está em queda. Na manhã desta terça-feira (18), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) divulgou que, nos últimos três anos, houve uma redução de 9,4% nas estatísticas. Em 2010, morreram 2.191 pessoas no trânsito; em 2011, 2.037; em 2012, 2.091; e no passado, 1.984.
Em comparação com 2012, a diminuição de vidas perdidas em ruas e estradas gaúchas no ano passado foi de 5%. Na Capital, de 2010 a 2013, a queda no número de mortes foi de 11,7% — passou de 137 para 121. Para o governador do Estado, Tarso Genro, há espaço para avanços:
— Mais de 90% dos acidentes ocorrem por imperícia, imprudência e negligência. Isso significa que podemos avançar com políticas públicas eficientes e conscientização. Isso está sendo feito aqui com a colaboração das polícias e do Detran.
Na comparação com o aumento da frota de veículos, hoje de quase 7% ao ano, a redução de acidentes fatais foi de 25,7% para cada 10 mil veículos, passando de 4,7 para 3,5. O diretor-presidente do Detran, Leonardo Kauer, entende que "há muito trabalho a fazer":
— É uma chaga da sociedade o trânsito, e o álcool contribui muito para os dados negativos. Devemos ser mais perseverantes e progressivos. Caso contrário, há um descrédito da população com as políticas públicas.
Ampliação do Balada Segura 
Em fevereiro de 2014, a Balada Segura completou três anos e tornou-se o principal instrumento do governo Tarso para a queda das mortes no trânsito. Desde a primeira blitz, em 4 de fevereiro de 2011, foram abordados mais de 88 mil veículos e realizados 70,8 mil testes do bafômetro. Quase 8 mil condutores acabaram autuados por embriaguez.
Presente em 20 municípios gaúchos, a Balada Segura deve ser estendida para mais 24 cidades neste ano. Nesta manhã, Tarso Genro fez a entrega simbólica de 16 viaturas à Brigada Militar, que serão utilizadas para o programa no interior do Estado. 
Conforme o Detran, a média de infrações por uso de álcool ou entorpecentes ao volante era de 8,6 mil ao ano em 2009 em todo o Estado. Após a implantação da Balada Segura e aumento da fiscalização, o número saltou para 24 mil em 2012. Em 2013, foram 20,8 mil autuações.
Veja números do aumento da frota de veículos no Estado
Dados da Operação Balada Segura (desde fevereiro de 2011):
— 88 mil veículos abordados
— 70,8 mil testes do bafômetro realizados
— 8 mil motoristas autuados por embriaguez
— 8 mil habilitações recolhidas
— 6 mil veículos recolhidos

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Flagrantes mostram desrespeito às leis de trânsito pelo Brasil; veja casos


O bom dia Brasil mostrou uma série de casos de desrespeito às leis de trânsito pelo país. Algumas delas, inclusive, podem ser fatais, como um caso ocorrido no Rio de Janeiro.

Um caminhão trafegava em uma importante via expressa da cidade, em horário proibido, com a caçamba levantada. A caçamba bateu e derrubou uma passarela, deixando cinco mortos – entre pessoas que estavam dentro de carros atingidos pela estrutura e que passavam sobre ela no momento da batida.

Veja abaixo reportagens desta semana do Bom Dia Brasil que mostram que os brasileiros estão desrespeitando cada vez mais as leis de trânsito e colocando, além da própria vida, a vida de outros motoristas e pedestres em risco. E o desrespeito não é só no asfalto; chega também ao mar, onde vem crescendo o número de acidentes com lanchas e motoaquáticas.

Motorista de caminhão que derrubou passarela diz que estava no celular

Luís Fernando Costa reconheceu ainda que estava a 85 km/h, acima do limite permitido, e que sabia que a circulação de caminhões era proibida naquele horário. Ele disse que não percebeu que a caçamba estava levanta.

Caminhões são flagrados em via expressa em horário proibido


Um flagrante do Globocop mostrou dois caminhões que passavam pela Linha Amarela fora do horário permitido e foram parados pela polícia em um dos sentidos. No outro sentido, caminhões passavam e até pagavam o pedágio livremente.

Verão tem aumento de acidentes com lanchas e motoaquáticas

Crescimento tem relação com dois fatores: a facilidade de compra e a queda no preço. Com tanta embarcação na água, a Capitania dos Portos admite que é difícil fiscalizar.

Vagas para deficientes físicos são ocupadas irregularmente no Rio.

É uma infração de trânsito, mas também uma falta de educação. A fiscalização não dá conta de multar todos que desobedecem a lei. Segundo a prefeitura, no ano passado, apenas 9,2 mil veículos foram multados.

Após flagrantes, motoristas serão multados por infrações filmadas

Agente de trânsito poderá multar, ao vivo, assistindo na central de monitoramento às imagens das câmeras instaladas nas estradas. Multas só podem começar quando houver sinalização nas rodovias.

Fonte:g102/02/2014